Em conjunto com informações obtidas em estudos, trago conhecimento empírico de vivência na área da educação. Iniciando por questões entre família e escola como um todo, passando pelo ponto da família e a criança com necessidades especiais e finalizando com uma dica, sobre como conscientizar a família a participar dos eventos e da vida social da escola de forma ativa.
Estamos vivendo em um tempo que tanto crianças como jovens, estão sendo cada vez mais privados dos desconfortos, onde famílias e escolas, parecem querer superproteger da “ concretude” do mundo que pode resultar exatamente em sua inapetência pelo enfrentamento desse mesmo mundo (Groppa, Júlio Aquino, p. 123).
Neste tempo a criança tem sido colocada como “ centro das atenções”. Me parece que se enfatiza bastante seus direitos, esquecendo-se da existência dos seus deveres, onde o equilíbrio forma-se cidadãos de bem, emocionalmente inteligentes e aptos a seguir evoluindo o mundo. Voltando um pouco o olhar para a geração de nossos pais e avós vemos:
“ Não se importam com a educação de seus filhos, eles se importam com a criação deles. Criar é parecido com o que hoje imaginamos fazer com os animais e as plantas. Comeste? Bebeste? Tens dor? Estas com frio? Com calor? Dormiste direito? Estás vestidos decentemente? Então vai pra vida.” (Groppa, Julio Aquino, p. 135).
Entretanto é possível que haja um caminho de equilíbrio entre cá, nossos antepassados, e lá, nossos dias atuais cheios de estudos, complexidades e realidades vividas, onde o aumento exponencial do número de crianças e adolescentes com problemas psicológicos, de obesidade e até autoimune não para de crescer. Não podendo deixar de fora o aumento do suicídio!
Passamos à família que tem um filho com necessidades especiais, como por exemplo João que é portador da Síndrome de Down. Inicialmente vamos ter um olhar sobre a quantidade elevada de casais que se divorciam quando à ciência da questão. A mãe e o pai se vêm diante de um turbilhão de emoções. O choque inicial é seguido por uma montanha-russa de preocupações, medos e incertezas sobre seu filho.
O pai resolve sair de casa, por não conseguir se ver dentro daquele “ problema”, deixando a mãe diante desse desafio, juntando os “cacos” para se preparar para enfrentar essa jornada com amor, dedicação, e força inesgotável.
No entanto, quando o pai escolhe abandonar a família nesse momento crítico, o peso sobre os ombros da mãe torna-se esmagador. Além de lidar com as demandas físicas e emocionais de cuidar de uma criança com necessidades especiais, ela agora enfrenta o fardo adicional de assumir sozinha as responsabilidades financeiras e domésticas que antes eram compartilhadas.
A mãe se vê presa em um redemoinho de exaustão física e emocional. Ela mal tem tempo para processar suas próprias emoções, pois está constantemente ocupada com terapias, consultas médicas e outras necessidades do filho. O sentimento de solidão e abandono é avassalador, pois ela luta para manter-se forte não apenas para seu filho, mas também para seus outros filhos, se os tiver.
Apesar da dor da rejeição, essa mãe encontra força em seu amor incondicional por seu filho. Ela se torna não apenas sua cuidadora, mas sua maior aliada e protetora. E, no meio de todas as adversidades, ela descobre uma nova profundidade de amor e gratidão por esse filho especial que ilumina sua vida de maneiras que ela jamais imaginou possível.
Portanto um caminho que a escola pode encontrar para que essa mãe participe da vida escolar de João é, em um primeiro momento, proporcionar encontros individuais com a equipe da escola (assistente social, psicóloga, orientadora, ...), acolhendo o problema e as dores dela. Em seguida procurando na comunidade do entorno dessa mãe, que estejam dispostos a cooperar formando uma rede de apoio, para que a família se sinta pertencente, e não sentirem que “atrapalham” o andamento das atividades da escola.
João que está precisando da afetividade e da presença amorosa da mãe, não somente na forma de atos de serviço, mas também em tempo de qualidade, ao tê-la amparada, sentindo-se aceita e amada, acredito que com um estado de espírito mais equilibrado, harmônico e de paz, ela terá condições de se organizar tanto na vida cotidiana quanto emocionalmente para participar mais ativamente no processo de escolarização do filho.
Para além das condições de João, se olharmos para as Marias, os Paulos, enfim todas as crianças e jovens que precisam de atendimento especializado, e que muitas vezes a “ exclusão começa antes do bebe nascer. Suas raízes estão na pobreza, na moradia, nas doenças crônicas” (Miriam Pan, p. 131). Precisamos ter o cuidado de não deixar que:
“ A inclusão entre em discussão que caia em um vazio social e, no âmbito escolar, a formação dos professores não pode ocorrer sem referência aos contextos sociais em que irão ensinar, muito menos sem a percepção para as parcerias que a educação inclusiva exige, seja com os pais, seja com o serviço especializado na comunidade (Miriam Pan, p. 132).
Referência bibliográfica:
Família e educação: quatro olhares
Autor: Julio Groppa Aquino et al
Editora: Papirus - Ano 2013.
O direito à diferença: uma reflexão sobre deficiência intelectual e educação inclusiva
Autor: Miriam Aparecida Graciano de Souza Pan
Editora: Intersaberes - Ano 2013
Roteiro de Estudos
Autor: Ma. Gladys Garcia
Revisor: Dra. Rosangela Silveira Garcia
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